Que tal procurarmos reformar os homens, ao invés de culparmos as instituições (Roberto Campos)
Após um ano do atual governo de plantão, sem considerarmos os crimes descobertos com a fita da JBS, o Brasil está comemorando o óbvio e o ululante: uma baixa pressão inflacionária para um corpo econômico em estado de coma.
– Em abril de 2016 a taxa SELIC era de 14,25% ao ano e a inflação anualizada, na mesma data, era de 9,2783% (ganho real dos investidores de 4,97%ao ano). Em abril de 2017 a taxa SELIC estava em 11,25% ao ano e a inflação anualizada, na mesma data, em 4,0825% (ganho real dos investidores de 7,17% ao ano). Com um aumento do ganho real dos investidores de 44,26% em um ano. Como o Brasil está operando em “grau de especulação”, e não “grau de investimentos”, segundo as agências de riscos, o mercado financeiro está comemorando seus ganhos astronômicos pagando aos doutos brasileiros ilustres, com seus títulos, cargos e patentes para venderem a ilusão do sucesso econômico do Brasil, e provarem que o Brasil está no caminho certo.
– Na análise do 1° bimestre de 2017 do acompanhamento dos limites dos gastos públicos apresentou uma expectativa de deficit fiscal primário (não considerando os juros) da ordem de R$ 197,2 bilhões, sendo de R$ 58,2 bilhões acima da meta orçamentária de deficit fiscal primário (não considerando os juros) de R$ 139,0 bilhões para o ano de 2017. Com as novas previsões de cortes orçamentários, na análise do 2° bimestre de 2017 o deficit voltou para a meta prevista, mas caberá saber se um governo em estado de putrefação terá condições de promover tamanho corte orçamentário em uma economia em estado de coma econômico.
– Em abril de 2016 a dívida líquida da União (Interna e Externa Líquida) era de R$ 4.097,4 Bilhões (65,38% do PIB). Em abril de 2017 era de R$ 4.870,4 bilhões (76,95% do PIB). Crescimento real em relação ao PIB de 17,70% em um ano do governo.
– Em abril de 2016 a dívida interna da União carregada pelo Banco Central do Brasil em carteira era de R$ 1.297,6 bilhões (20,70% do PIB), em abril de 2017 estava em R$ 1.625,9 (25,69% do PIB), crescimento real em relação ao PIB de 24,11%, sendo essa a parte mais importante da dívida, visto que nada mais é do que uma “pedalada oficial” (aumento disfarçado de base monetária, ou emissão de dinheiro falso) que não existiria se o Banco Central fosse independente. Vejam que o crescimento da dívida está ocorrendo apenas com títulos em carteira do Banco Central, visto que as novas emissões do governo, não estão sendo comprados pelo mercado, por serem considerados falsos, que no futuro serão considerados “créditos podres”.
– A taxa de desemprego medida pela PNAD contínua era de 10,9% no trimestre janeiro/março de 2016 e foi de 13,7% no trimestre janeiro/março de 2017. Crescimento de 25,69% no período.
Por isso, e somente por isso, a imensa maioria da elite brasileira por omissão, covardia ou conivência prefere dizer que não entende de economia para ficar isenta de responsabilidade com a tragédia brasileira acima colocada, com base nas informações oficiais do governo brasileiro.
Ricardo Bergamini
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