Premissas básicas com base na média do ano de 2016:
1 – Custo de carregamento da dívida interna da União: 13,00% ao ano (Fonte: Ministério da Fazenda)
2 – Percentual do depósito compulsório total (remunerado e sem remuneração): 78,12% (Fonte Banco Central).
A – Se um banco tivesse a quantia de 100 dinheiros disponíveis para aplicação ele teria duas opções:
A.1 – Comprar títulos do governo federal, nesse caso seria isento do depósito compulsório e receberia no final de um ano 13,00% de 100 dinheiros, ou seja: 13,00 dinheiros.
A.2 – Emprestar ao público (empresas e famílias), nesse caso o banco teria que recolher ao Banco Central 78,12% dos 100 dinheiros disponíveis, ou seja: 78,12 dinheiros, ficando com apenas 21,88 dinheiros para emprestar.
Para obter o mesmo ganho que teria na aplicação de títulos públicos de 13,00 dinheiros no ano, o banco teria que empresta os 21,88 dinheiros restantes a uma taxa correspondente a 4,57 maiores do que a taxa de aplicação nos títulos públicos de 13,00% ao ano, nesse caso seria a uma taxa de 59,41% ao ano.
Resumo do exemplo hipotético:
I – Aplicação em títulos federais – 100 dinheiros a 13,00% ao ano daria um rendimento de 13,00 dinheiros em um ano.
II – Aplicação de 21,88 dinheiros a uma taxa de 59,41% ao ano daria um rendimento de 13,00 dinheiros em um ano.
Conclusão:
Em vista do acima demonstrado, se a taxa SELIC no Brasil tivesse sido em 2016 iguais a dos Estados Unidos de 1,00% ao ano, apenas pelo efeito do depósito compulsório, o custo médio dos juros de mercado teria sido de 4,57% ao ano.
Spread Bancário
É composto das seguintes despesas: administrativa, inadimplência, custo com depósito compulsório sem remuneração, tributos, impostos, taxas e lucro.
O percentual varia em função de cada tipo de operação, bem como de banco para banco.
Nota: Cabe lembrar que, como na nossa análise não consideramos que alguns depósitos compulsórios são remunerados, é óbvio que há uma pequena divergência entre a taxa apurada no estudo (59,41% ao ano) e a taxa oficial apurada pelo Banco Central para os créditos livres que foi de 52,00% ao ano em 2016.
Ricardo Bergamini
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