Setor Externo

Setor Externo – Fonte BCB

Base: Setembro de 201

I – Balanço de pagamentos

As transações correntes apresentaram superavit de US$ 434,0 milhões em setembro, reduzindo o deficit acumulado em doze meses para US$ 12,6 bilhões, equivalentes a 0,63% do PIB. Na conta financeira, o ingresso líquido de investimentos diretos no país somou US$ 6,3 bilhões em setembro, e acumulou US$83,4 bilhões nos últimos doze meses, ou 4,18% do PIB.

A conta de serviços registrou deficit de US$ 2,9 bilhões em setembro, elevação de 10,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A despesa líquida com viagens internacionais totalizou US$ 1,3 bilhão, 53,8% superior à registrada em setembro de 2016, resultado de elevação de 32,6% nos gastos em viagens ao exterior, e redução de 8,2% nas receitas auferidas em viagens ao país. A conta de aluguel de equipamentos apresentou deficit de US$ 1,2 bilhão em setembro, recuo de 23,5% comparativamente ao mesmo mês do ano anterior.

A despesa líquida na conta de renda primária alcançou US$ 2,0 bilhões no mês, acréscimo de 20,2% com relação a setembro de 2016. A despesa líquida com juros atingiu US$ 762,0 milhões, 2,9% abaixo do ocorrido em período correspondente do ano anterior. A despesa líquida de lucros e dividendos totalizou US$ 1,3 bilhão no mês, aumento de 39,6% quando comparada à observada em setembro de 2016.

No mês, a conta de renda secundária registrou ingresso líquido de US$ 390,0 milhões, 161% superior ao observado em setembro do ano passado. As transferências pessoais enviadas ao exterior superaram as recebidas em US$ 24,0 milhões.

O fluxo líquido de investimentos diretos no exterior atingiu US$ 1,2 bilhão no mês, e US$ 2,9 bilhões no período de janeiro a setembro, ante US$ 6,7 bilhões ocorridos no mesmo período de 2016.

O investimento direto no País totalizou ingresso líquido de US$ 6,3 bilhões no mês (US$ 5,6 bilhões em participação no capital e US$ 767,0 milhões em operações intercompanhia), acumulando US$ 51,8 bilhões de janeiro a setembro de 2017, 11,2% acima do ocorrido no mesmo intervalo de 2016.

O ingresso líquido em passivo de investimentos em carteira somou US$ 2,1 bilhões no mês, incluindo entrada líquida de US$ 815,0 milhões em ações e fundos de investimento, e resgate líquido de US$ 884,0 milhões em títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico. A conta de títulos negociados no mercado externo registrou captação líquida de US$ 2,2 bilhões. Em setembro de 2016 o passivo de investimento em carteira registrou saídas líquidas de US$ 4,9 bilhões.

Os fluxos de passivos de outros investimentos foram positivos em US$1,1 bilhão em setembro, ante ingressos líquidos de US$3,0 bilhões em mês similar do ano anterior. A conta de empréstimos passivos registrou amortização líquida de US$287 milhões, ante captação líquida de US$2 bilhões em setembro de 2016.

II – Reservas internacionais

O estoque de reservas internacionais totalizou US$ 381,2 bilhões em setembro de 2017, redução de US$ 599,0 milhões em relação ao mês anterior. A receita de remuneração das reservas somou US$ 330,0 milhões no mês, enquanto as variações por preços e paridades reduziram o estoque em US$ 965,0 milhões e US$ 63,0 milhões, na ordem.

III – Dívida externa

A posição da dívida externa bruta, inclusive operações intercompanhia e títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico e detidos por não residentes estimada para setembro de 2017 totalizou US$ 683,7 bilhões, elevação de US$ 5,8 bilhões em relação à posição de junho de 2017. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 260,9 bilhões em setembro, aumento de US$ 1,9 bilhão, enquanto o endividamento de curto prazo somou US$ 59,8 bilhões, aumento de US$ 3,9 bilhões, no mesmo período comparativo.

Dentre os determinantes da variação da dívida externa de longo prazo entre junho e setembro, destacaram-se elevações decorrentes de desembolsos de títulos, US$ 2,0 bilhões, variação cambial, US$ 796,0 milhões, e variação de preços de títulos da dívida do governo geral, US$ 1,1 bilhão. As amortizações de empréstimos tomados por setores financeiro e não-financeiro atingiram US$ 2,0 bilhões. A ampliação da dívida externa de curto prazo no período foi explicada, principalmente, por empréstimos contraídos pelo setor financeiro, US$ 4,0 bilhões.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis ao leitores.

Ricardo Bergamini

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