Administrando incêndios

Administrando incêndios 0

Vanderlei Dallagnolo 1
Blumenau, 10 de maio de 2010

No universo empresarial existem diversos mitos e ilusões. Situações que ao desavisado, amador e despreparado parecem normais e até desejáveis. E para o desonesto, omisso ou incompetente são usadas como desculpas para esconder graves problemas. Uma destas situações é a “Administração de Incêndios“. E como é sabido, INCÊNDIO não se administra, incêndio SE APAGA!

Numa organização que funciona baseada na administração de incêndios, tudo é para ontem. Por isto a comparação com o incêndio. Pois para apagar um incêndio não tem prazo! A necessidade é IMEDIATA!

Este contexto ou estes incêndios pode-se considerar que são alimentados pelos seguintes combustíveis.

Falta de planejamento
Uma sociedade de valores invertidos. Onde é fácil perceber a resistência a investir em planejamento. Onde se defende e venera-se o “jeitinho”, se deprecia a atitude preventiva, pró-ativa e estratégica. Esta distorção faz com que todos se queixem do custo de planejar, do tempo gasto em analisar e criar estratégias. Mas, não se queixam do MUITO MAIS ELEVADO custo de consertar as consequências dos erros!

Falta de objetividade
É uma defesa irracional contra os fracassos e maus resultados. É a resistência em entender que realizar qualquer empreendimento envolve riscos. Leva a atividade SEM produtividade 3 . É como acelerar um carro para chegar ao destino mais rápido, só que indo na DIREÇÃO ERRADA!

Fatores externos nocivos
Mais ou menos ligados aos dois anteriores, FALTA DE PLANEJAMENTO e OBJETIVIDADE só que desempenhados em grande intensidade por agentes externos à organização e com um componente de DESONESTIDADE para completar o cenário de destruição. Os principais expoentes desta causa são os governos corroídos pela corrupção, pela paranóia, pela demagogia, pela incompetência e pela POLITICAGEM 4 ! Que criam condições impossíveis de gerenciar dentro de padrões mínimos de competitividade e eficiência. Exemplo é a manutenção de CARGA TRIBUTÁRIA EXCESSIVA.

Por sua vez, temos vários efeitos da manutenção destes processos.

Cara feia
Como todos sabem, “cara feia é fome! “. Ela representa o efeito nos indivíduos em geral de viver e trabalhar sob tal situação de URGÊNCIA CONSTANTE. Gera estresse excessivo, que acaba com qualquer espécie de satisfação em todos os níveis de relação. E leva a inversões e principalmente confusões de toda ordem como aquela que fazem entre sisudez e profissionalismo.

Ausência de colaboração efetiva e confiança 6  –  7

Se a competitividade leva ao sucesso pelo aprimoramento constante. A colaboração leva a superação de expectativas pela sinergia que proporciona. É preciso manter ambas nas situações pertinentes. Mas, com a constância do sentimento de “salve-se quem puder”, a colaboração ocorre fortuitamente apenas. Mas, não pode ser gerenciada nem direcionada.

Prejuízos invisíveis
Mira-se somente nas quantidades e se esquece da qualidade dos negócios. Aceita-se qualquer condição especial, se gasta com tudo que for necessário e além, se vende para qualquer um sem critério. Para aumentar o número de produtos vendidos ou negócios fechados a qualquer preço. Contrata-se SOMENTE PELO PREÇO 8 , ignorando COMPLETAMENTE VALOR RECEBIDO e QUALIDADE! Esta postura gera pequenas perdas que vão se acumulando assim como os compromissos assumidos de modo irresponsável. Eventualmente os custos se avolumam a tal ponto que a situação fica insustentável e irrecuperável.

Os inexperientes são suscetíveis a este problema. Mas, não somente eles.

Há a circunstância onde existe a vontade consciente de manter esta situação visando objetivos individualistas de alguém que detém algum poder na organização. Ignorando opções estratégicas em detrimento de estar sempre em alguma atividade. Sempre resolvendo alguma coisa 9 em detrimento de SEMPRE OBTER RESULTADOS! Sempre em evidência em detrimento de SERVIR COMO EXEMPLO!

É a esta situação que me refiro. Não me refiro aquela onde ocorrem os problemas REALMENTE URGENTES a que todos estamos sujeitos. Não foi por acaso que chamei este artigo de Administrando Incêndios. Pois a palavra administrando remete a algum grau de intencionalidade.

Agora você pode identificar esta situação e poderá agir melhor. O que eu lhe recomendo é que identificado este tipo de cenário não se deixe envolver em tal estratégia. Mantenha-se sob uma distância segura. Pois alguém pode escolher que você precisa se queimar (ter algum prejuízo qualquer) para que ele continue administrando o incêndio.



Referências:

0 – Fonte:
https://www.scribd.com/document/31132515/Administrando-incendios

1 – Autor: Vanderlei Dallagnolo

2 – Fonte da imagem de ilustração:
http://www.sxc.hu/pic/l/t/tv/tvvoodoo/294748_4339.jpg

3 – Ser ativo ou ser produtivo:
http://www.scribd.com/doc/29796469/Ser-Ativo-Ou-Ser-Produtivo

4 – O inimigo do meu inimigo nem sempre é meu amigo:
http://www.scribd.com/doc/30204194/O-inimigo-de-meu-inimigo-nem-sempre-e-meu-amigo

5 – Cara feia é fome:
http://www.scribd.com/doc/25035369/Cara-feia-e-fome

6 – Confiar desconfiando:
http://www.scribd.com/doc/30454112/Confiar-desconfiando

7 – A confiança no âmbito profissional:
http://www.scribd.com/doc/30835708/A-confianca-no-ambito-profissional

8 – Receita de fracasso nos projetos:
http://www.scribd.com/doc/29347740/Receita-de-fracasso-nos-proje

9 – Ser ativo ou ser produtivo:
http://www.scribd.com/doc/29796469/Ser-Ativo-Ou-Ser-Produtivo

 

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Author: Vanderlei Dallagnolo

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