Estamos em tempos onde os ideais de liberdade estão em alta. Pessoas têm criado sites, blogs, páginas em redes sociais, promovido fóruns e eventos diversos para divulgar suas pautas. O movimento tem conseguido fortes e rápidos adeptos, devido ao simples fato de que todos conseguem perceber que quanto mais liberdade tiverem – em especial a econômica -, mais beneficiados serão.

Todavia, muitos têm defendido noções que não são corretas. Um exemplo clássico é afirmar que nos ideais libertários, a meritocracia é enfatizada e é o caminho para o sucesso, ou seja, quem se esforça é recompensado. Noutras palavras, afirmam que a progressão na vida, tanto social como econômica, depende do empenho e dedicação que o indivíduo tem à causa, devendo ele e tão somente ele, gerenciar sua ascensão.

O problema de tal fala é que a riqueza e ascensão não são gerados pelo esforço, e sim pelo valor que o indivíduo gera a outrem – seja de pouco ou muito alcance. A riqueza não nasce com o esforço, como, por exemplo, afirmar que ficar cinco anos em uma faculdade, seja o preço para se ficar rico. Sim, cinco anos de estudos, geralmente à noite e durante todos os dias (fora os trabalhos feitos em casa), é um esforço bastante razoável, mas não significa coisa alguma em termos de riqueza e não lhe garante coisa alguma.

Assim, buscando consertar tal descompasso sobre a meritocracia, Joel Pinheiro da Fonseca, escrevendo ao Instituto Ludwig Von Mises Brasil, fez um artigo justamente sobre esta questão, demonstrando que “O ideal da meritocracia tem o seu apelo, mas ele depende de meias-verdades: a ideia do mérito que é só meu e de mais ninguém, a de que meu suor justifica o que eu ganhei. Sem suor ou inteligência, o ganho é sujo, indevido”. E termina dizendo: “A lógica do mercado é outra: você criou valor, será recompensado. Sua riqueza não diz nada sobre o seu mérito; ela não justifica e nem precisa ser justificada. O resultado desse foco no valor é que mais valor é criado. Você recebe aquilo que entrega e todos ganham”.

Desta forma, é sempre necessário entender os verdadeiros ideais libertários, pois quanto maior for sua compreensão, maior será a chance de ser bem sucedido ao expor seus valores. Não repita, simplesmente, que o “mérito” é o que faz o homem – e se for usar tal expressão, explique-a com cuidado, para que não levante entendimentos errôneos para com a matéria. Não repita o que você leu em um artigo, sem antes verificar se sua compreensão passa pelo escrutínio e pode ser defendida.

Apoie, divulgue e explique os ideais libertários, mas o faça da forma correta, porque assim, tal qual na lógica de mercado, todos sairão ganhando.

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