“É porque ele tem sorte na vida!” Será?

É comum ouvirmos de pessoas que não são bem sucedidas financeiramente, que várias outras ao seu redor possuem bem mais “sorte” do que ela e por isso possuem mais dinheiro, fama e outras coisas mais. Estas pessoas reclamam de que as oportunidades não apareceram, que nasceram em um lar menosprezado, que a vida não lhes abriu as portas e ninguém valoriza o seu trabalho. Em resumo, atribuem a algo alheio a elas o fracasso.

O problema com tais pessoas é que não entendem o que estão querendo dizer por “sorte”. Usam uma linguagem comum e sem qualquer significado, pois a expressão é tão vaga que a única coisa que conseguem passar é a frustração consigo mesmo e esta decorrente de alguma conspiração incalculável sobre elas. A verdade, porém, é que “sorte”, como já ouvi certa vez, nada mais é do que o preparo aliado à oportunidade.

Imagine o seguinte caso: enquanto você lê este texto, recebe um email com uma incrível promoção de viagem para qualquer outro país, com tudo pago por dez dias, inclusive o transporte aéreo; todavia, há um requisito: você precisa ser fluente na língua para onde irá. Que grande oportunidade, não? Mas será que você está preparado no quesito linguagem? Ou ainda noutro exemplo: você fez cursos, se especializou e é gabaritado em alguma área do seu interesse, mas não encontra uma forma de colocar isto em prática, a fim de lucrar ou ser reconhecido. Houve o preparo, certo? Mas e a oportunidade?

Com isto em mente, podemos entender que as pessoas que reclamam de não “ter sorte na vida”, realmente nada entendem de liberdades e empreendedorismo, pois tais coisas não possuem nenhuma relação com o acaso. Agora mesmo eu poderia ofertar mil reais para você pegar comigo, bastando que estivesse em um raio de cinco quilômetros de onde estou escrevendo. Falta de “sorte” a sua ou simplesmente falta de preparo? Falta de preparo, oras, pois você deveria saber de onde escrevo e sempre ficar antenado a qualquer coisa interessante, certo? A oportunidade veio, mas você não estava preparado.

Perceba que colocar a culpa na falta de “sorte”, ao contrário do que pode parecer, é uma completa burrice, pois nada mais é do que uma fuga para sua falta de preparo e não busca por oportunidades. É como querer justificar a perda de dinheiro em um jogo de dados, simplesmente porque os dados não “sorriram” para você – mas você ao menos estudou as probabilidades? Falando de outra forma, atribuir à falta de “sorte” o fracasso, é dizer que todos os outros bem sucedidos na vida, em vez de terem feito por merecer ao gerarem benefícios a outrem, são meros “sortudos” e que nada ou muito pouco possuem de empenho nisso.

Desta forma, levando em consideração as liberdades econômicas que o Estado deveria proteger, ninguém deve atribuir o próprio fracasso a outrem, senão tão somente assumir que não estava preparado ou não lhe surgiu a oportunidade, mas nunca culpar a “falta de sorte”, pois tal escape é ingênuo e busca não reconhecer o próprio erro.

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Author: Filipe Machado

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