Quem viveu os fatos daquela época, devem ainda ter lembranças do que realmente acontecia em nossa nação. Uma época de plena guerra fria, onde URSS e China articulavam para a expansão do comunismo no mundo. Aqui na américa, lograram êxito em Cuba, aproveitando-se do espírito ambicioso de Fidel Castro, que foi atraído para a implantação de um regime ditatorial e comunista, e que mais tarde passou, a exportar a ideia revolucionária, financiada pela URSS e China, para os países da américa do sul.
Aqui, nesta terra tupiniquim, dois líderes amplamente influenciado pelo sucesso da revolução cubana, iniciavam sistemática pregação contra o imperialismo norte-americano, no sul despontava o caudilho Leonel Brizola, com seus grupo dos onze e no nordeste, Miguel Arraes com as ligas camponesas. Ambos insuflavam a população a se rebelar contra os grandes proprietários de terras e contra o capitalismo.
Enquanto, na presidência, João Goulart um governante fraco, manipulado e usado pelo cunhado Brizola, o Brasil aprofundava-se em grave crise econômica e política, num clima de grande incerteza e propício para a implantação de um regime comunista, nos moldes que fora implantado em Cuba.
A convulsão social era imensa, greves pipocavam em todo o país, fruto do engajamento político dos sindicatos, criados por Vargas e totalmente subordinados à causa patrocinada pela dupla Brizola/Jango, a indisciplina nas forças armadas, estimulada pelo próprio governo, tornava-se preocupante, como a revolta dos marinheiros no Rio e dos Sargentos em Brasília. João Goulart, aproveitando desta desordem geral, por estímulo e apoio de Brizola e Arraes, articulava implantar suas “reformas de base”, à revelia do Congresso Nacional e da opinião pública da imensa maioria dos brasileiros.
A evolução da crise, indicava que num tempo muito breve, o regime democrático sofreria um duro golpe de esquerda, possivelmente com a implantação de um regime comunista. A população, totalmente assustada e indefesa a tudo assistia, sem saber o que fazer.
No dia 13 de março, Jango participou do comício da Central do Brasil, onde anunciou as reformas, na presença de entidades sindicais, trabalhadores, servidores públicos, militares, estudantes e outros, esta posição nacionalista-reformista desencadeou os acontecimentos, fazendo que dias depois, em 19 de março, vários grupos sociais, o clero, as famílias e os setores políticos mais conservadores se organizassem na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, levando às ruas mais de um milhão de pessoas em São Paulo.
Estes acontecimentos, deixavam claro que o regime democrático estava em perigo, e que prenunciava um golpe de estado a qualquer momento, ainda mais, que se corria o risco de surgir uma fragmentação dentro da Forças Armadas, como os acontecimentos que se sucederam após o dia 31 deixaram claro, pois alguns generais, em primeiro momento, assumiram a posição em favor de Jango/Brizola. Diante disto, os altos comandos das FAA, desencadearam em 31 de março, o que chamam de golpe militar, revolução, ou mais assertivamente, contragolpe ou contrarrevolução.
O 31 de março existiu, por causa de fatos irrefutáveis e do caos absoluto que o país havia mergulhado, instigado por caudilhos, que queriam arrebatar o poder e implantar um regime totalitário e comunista, que certamente teria lançado o Brasil no seu mais negro período da história. A ação de alguns generais, naquele momento difícil, impediu por algumas dezenas de anos, que a esquerda tomasse o poder, com suas trágicas consequências.
Em que pese os erros cometidos durante o período que os militares detiveram o poder, com convicção posso afirmar, que foram muitos menos graves, do que os danos que aqueles grupos cometeriam se tivessem arrebatado o poder.
A história, após a saída dos militares do poder, foram deturpadas e criaram inverdades e mentiras, denegrindo a imagem desta instituição que dá orgulho à nação, que são as Forças Armadas.
31 de março deve ser uma data comemorativa do povo brasileiro, pois neste dia a nação se libertou da maior ameaça contra a liberdade e a democracia.