Comércio teve recuo de -7,5% nos últimos doze meses – 03

Prezados Senhores

Com base no resumo abaixo fica a critério do leitor escolher entre acreditar nos papagaios de piratas bem pagos, e nas maciças propagandas do governo, caríssimas, aumentando o déficit fiscal, pregando que o “anjo que caiu do céu”, num passe de mágica, resolveu a crise brasileira, ou ser racional e acreditar nos estudos divulgados pelo mesmo governo. Mais uma vez Cazuza afirmava na sua música: “que o discurso não correspondia aos fatos”.

No comércio varejista ampliado no que tange às taxas acumuladas, as variações foram de recuo de -2,1% no ano e de recuo de -7,5% nos últimos doze meses.

Pesquisa Mensal de Comércio – Fonte IBGE

Base: Fevereiro de 2017

Vendas no varejo variam -0,2% em fevereiro em relação a janeiro

Período Varejo Varejo Ampliado
Volume de vendas Receita nominal Volume de vendas Receita nominal
Fevereiro/Janeiro -0,2 0,1 1,4 1,0
Média móvel trimestral* 1,0 0,5 1,5 1,0
Fevereiro 2017 / Fevereiro 2016 -3,2 0,4 -4,2 -1,7
Acumulado 2017 -2,2 2,1 -2,1 0,8
Acumulado 12 meses -5,4 4,2 -7,5 -0,3

* ajuste sazonal

O comércio varejista nacional registrou no segundo mês do ano de 2017 taxas de -0,2% para o volume de vendas e 0,1% para receita nominal, ambas as taxas em relação a janeiro de 2017, na série ajustada sazonalmente. Quanto ao volume de vendas, o resultado volta a ser negativo, porém não exerceu efeito sobre a média móvel que se mantém positiva pelo segundo mês seguido: 1,0% em fevereiro e 1,4% janeiro. Em relação a fevereiro de 2016, o varejo nacional recuou 3,2%, em termos de volume de vendas, vigésima terceira taxa negativa consecutiva nessa comparação. Assim, o comércio varejista acumulou redução de 2,2% nos dois primeiros meses de 2017 e taxa acumulada nos últimos 12 meses de -5,4%. Para esses mesmos indicadores, em fevereiro de 2017, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 0,4% em comparação ao mesmo período de 2016, de 2,1% acumulada no ano e de 4,2% nos últimos doze meses.

O comércio varejista ampliado, que inclui além do varejo as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou resultado positivo em relação ao mês anterior, na série ajustada sazonalmente, com variação de 1,4% para o volume de vendas e 1,0% para receita nominal de vendas. Em relação ao volume de vendas, o índice positivo pela quarta vez seguida, manteve a média móvel positiva também pelo quarto mês consecutivo (1,5% em fevereiro de 2017). Em relação ao mês de fevereiro do ano anterior, o comércio varejista ampliado apresentou queda de 4,2% para o volume de vendas e de 1,7% na receita nominal de vendas. No que tange às taxas acumuladas, as variações foram de -2,1% no ano e de -7,5% nos últimos 12 meses, para o volume de vendas, e de 0,8% e -0,3% para a receita nominal, respectivamente.

Cinco das oito atividades pesquisadas apresentam variação positiva

A taxa de -0,2% no volume de vendas do comércio varejista na passagem de janeiro para fevereiro de 2017, série ajustada sazonalmente, apresentou predomínio de resultados positivos entre as atividades que compõem o varejo. Setorialmente, os cinco segmentos que mostraram avanço, por ordem de magnitude de taxa, foram: Móveis e eletrodomésticos (3,8%); Tecid os, vestuário e calçados (1,5%); Livros, jornais, revistas e papelarias (1,4%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,0%); e Combustíveis e lubrificantes (0,6%). Por outro lado, no mesmo confronto, as atividades com taxas negativas foram: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-1,5%); e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%).

TABELA 1
BRASIL – INDICADORES DO VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA E COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO
SEGUNDO GRUPOS DE ATIVIDADES: PMC – Fevreiro 2017

ATIVIDADES MÊS/MÊS ANTERIOR (1) MÊS/IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR ACUMULADO
Taxa de Variação (%) Taxa de Variação (%) Taxa de Variação (%)
DEZ JAN FEV DEZ JAN FEV NO ANO 12 MESES
COMÉRCIO VAREJISTA(2) -2,0 5,5 -0,2 -4,9 -1,2 -3,2 -2,2 -5,4
1-Combustíveis e lubrificantes 1,9 -1,3 0,6 -5,5 -6,0 -8,5 -7,2 -8,9
2-Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo -3,0 8,1 -0,5 -2,9 0,3 -0,3 0,0 -2,5
3-Tecidos, vest. e calçados 0,1 12,8 1,5 -8,8 -0,8 3,6 1,2 -9,2
4-Móveis e eletrodomésticos -2,3 2,3 3,8 -8,9 4,0 -3,4 0,5 -9,5
5-Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria 0,2 1,7 1,0 -5,6 -2,1 -5,1 -3,6 -3,1
6-Livros, jornais, rev. e papelaria -0,7 1,7 1,4 -12,5 -9,6 -7,0 -8,5 -14,8
7-Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação 1,2 -5,4 -1,5 -1,2 -6,6 -11,9 -9,3 -10,3
8-Outros arts. de uso pessoal e doméstico -4,3 -0,6 -1,8 -4,8 -3,1 -7,7 -5,2 -8,3
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO(3) 0,2 2,8 1,4 -6,7 -0,1 -4,2 -2,1 -7,5
9-Veículos e motos, partes e peças 1,5 1,2 0,1 -13,5 -3,6 -13,6 -8,5 -13,1
10-Material de Construção 1,8 1,0 -1,3 -1,6 4,7 -2,0 1,4 -8,2

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
(1) Séries com ajuste sazonal. (2) O indicador do comércio varejista é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 8.
(2) O indicador do comércio varejista ampliado é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 10

Na comparação com igual mês do ano anterior, o volume do comércio varejista apresentou recuo de 3,2%, vigésima terceira taxa negativa seguida. Dentre as atividades do varejo, sete registraram variações negativas, por ordem de contribuição à taxa global, sendo elas: Combustíveis e lubrificantes (-8,5%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-7,7%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-5,1%); Hipermerca dos, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%); Móveis e eletrodomésticos (-3,4%); Equi pamentos e material para escritório, informática e comunicação (-11,9%); e Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,0%). A atividade com desempenho positivo, em relação o mesmo mês do ano anterior, foi Tecidos, vestuário e calçados, com taxa de 3,6%.

A atividade de Combustíveis e lubrificantes, com – 8,5% de variação do volume de vendas em relação ao mesmo mês do ano anterior, foi responsável pelo maior impacto negativo na formação do resultado global. Esta atividade vem apresentando queda desde janeiro de 2015, mesmo com os preços deste setor em trajetória declinante. No acumulado 12 meses, os preços encontram-se abaixo da média geral do setor (0,9% frente a 4,8% do índice geral, segundo IPCA). No acumulado do ano a taxa deste segmento foi de -7,2% e nos últimos 12 meses o recuo foi de -8,9%.

Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, joalheria, artigos esportivos e brinquedos, recuou 7,7% na comparação com fevereiro de 2016, décimo nono negativo consecutivo, situando-se abaixo da média global para o varejo (-3,2%). Com o desempenho de fevereiro, esse setor exerceu a segunda maior influência negativa sobre a taxa global. A taxa acumulada nos dois primeiros meses do ano foi de -5,2% e, para os últimos 12 meses foi de -8,3%.

O volume de vendas do segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos apresentou queda de 5,1% em relação a fevereiro de 2016. Vale destacar que, embora com caráter de uso essencial, este setor registrou, em fevereiro de 2017, a décima primeira taxa negativa consecutiva, mantendo-se em trajetória descendente desde abril de 2016, período que inicia os reajustes dos preços do setor. Os preços dos produtos farmacêuticos, segundo o IPCA, em 12 meses subiram 12,7% contra 4,8% do índice geral. A taxa acumulada no bimestre foi de -3,6% e a em doze meses foi de -3,1%.

O setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com redução de -0,3% no volume de vendas sobre fevereiro de 2016, foi a atividade que exerceu o quarto impacto negativo no desempenho global do varejo. Nos dois primeiros meses do ano, este setor não registrou acúmulo na taxa (0,0%) e nos últimos doze meses a queda foi de 2,5%. O desempenho da atividade ficou acima do registrado pelo varejo (-3,2) em todas as comparações. O resultado deste segmento sofre influência direto da massa de rendimento médio real habitual dos trabalhadores e da taxa de desocupação. Esta primeira, segundo a PNAD contínua, apresentou estabilidade no trimestre móvel de dez-jan-fev/17, frente ao mesmo trimestre do ano anterior. A mesma fonte registrou que a taxa de desocupação sofreu elevação de 2,9 pontos percentuais no mesmo período.

O segmento de Móveis e eletrodomésticos registrou variação de -3,4% no volume de vendas em relação a fevereiro do ano passado. Os resultados da atividade em termos de acumulados nos dois primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses foram de 0,5% e -9,5%, respectivamente.

A atividade de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com queda de -11,9% no volume de vendas em comparação com igual mês do ano anterior, registrou o vigésimo recuo consecutivo nessa comparação. Em relação aos resultados acumulados, observou-se queda de -9,3% nos dois primeiros meses do ano e recuo de -10,3% nos últimos doze meses. Esta atividade sofre influência do comportamento da massa de rendimento habitual real da população e da taxa de desocupação dos trabalhadores. Logo, quando a primeira passou a registrar queda e a taxa de ocupação começou a gerar incrementos, a revenda destes produtos foi afetada, pois trata-se da venda de bens duráveis que não necessitam de constante reposição, além de serem não essenciais.

A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação no volume de vendas de -7,0% sobre fevereiro de 2016, sendo a trigésima sétima queda consecutiva deste setor. A revenda deste tipo de produto além de sofrer influência da diminuição dos rendimentos reais da população, também está sendo afetado, em especial no que tange a livros, jornais e revistas, por certa substituição dos produtos impressos pelos de meio eletrônico. As taxa acumulada no ano e em 12 meses foram: -8,5% e -14,8%, respectivamente.

O grupamento de Tecidos, vestuário e calçados, avançou 3,6%na comparação com fevereiro de 2016, interrompendo os resultados negativos de vinte e seis meses consecutivos e situando-se acima da média global para o varejo (-3,2%). A taxa acumulada no bimestre foi de 1,2% e para os últimos 12 meses foi de -9,2%. O resultado positivo desta atividade sofreu influência dos preços dos artigos de vestuário, que em 12 meses subiu 3,0% contra 4,8% do índice geral (segundo o IPCA) e das promoções de queima de estoque do verão, por partes das lojas revendedoras deste tipo de produto.

O Comércio varejista ampliado, que agrega o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou em relação ao mês anterior (com ajuste sazonal) aumento para o volume de vendas e para a receita nominal, com taxas de 1,4% e 1,0%, respectivamente. Em comparação ao mesmo mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as variações foram de -4,2% para o volume de vendas e de -1,7% para a receita nominal. No volume de vendas, as taxas acumuladas foram de -2,1% no ano e de -7,5% nos últimos 12 meses, e para a receita nominal os mesmos indicadores apresentaram variações de 0,8% e -0,3%, respectivamente.

O desempenho do setor reflete, sobretudo, o comportamento das vendas de Veículos, motos, partes e peças, que apresentou, para o volume de vendas, taxa de 0,1% sobre janeiro de 2017 com ajuste sazonal, sendo a terceira taxa positiva consecutiva. Já na comparação com fevereiro de 2016, a taxa foi de -13,6%, permanecendo negativa pelo trigésimo sexto mês consecutivo. Em termos acumulados, as variações foram: -8,5% nos dois primeiros meses e -13,1% nos últimos 12 meses. A queda das vendas para este segmento está associada ao menor ritmo da atividade econômica, além de outros fatores tais como, menor ritmo na oferta de crédito(1) e restrição orçamentária das famílias.

Quanto ao segmento de Material de construção, que exerce menor peso na estrutura do varejo ampliado, as variações para o volume de vendas (ajustadas sazonalmente,) na passagem de janeiro para fevereiro de 2017, foram de -1,3% sobre o mês anterior, voltando a ser negativa, depois de três meses consecutivos positivos. Em relação a fevereiro de 2016, a variação no volume de vendas foi de -2,0%. As variações acumuladas foram de 1,4% no bimestre e de -8,2 nos últimos doze meses. O desempenho desta atividade também sofre influência do menor ritmo da oferta de crédito e da restrição do orçamento das famílias.

TABELA 3
BRASIL – COMPOSIÇÃO DA TAXA MENSAL DO COMÉRCIO VAREJISTA,
POR ATIVIDADES: PMC – Fevereiro 2017
(Indicadores de volume de vendas)

Atividades COMÉRCIO VAREJISTA COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO
Taxa de variação (%) Composição absoluta da taxa (p.p.) Taxa de variação (%) Composição absoluta da taxa (p.p.)
      Taxa Global -3,2 -3,2 -4,2 -4,2
1 – Combustíveis e lubrificantes -8,5 -1,1 -8,5 -0,7
2 – Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo -0,3 -0,4 -0,3 0,2
3 – Tecidos, vest. e calçados 3,6 0,2 3,6 0,2
4 – Móveis e eletrodomésticos -3,4 -0,4 -3,4 -0,2
5 – Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria -5,1 -0,5 -5,1 -0,3
6 – Livros, jornais, rev. e papelaria -7,0 -0,1 -7,0 -0,1
7 – Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação -11,9 -0,2 -11,9 -0,1
8 – Outros arts. de uso pessoal e doméstico -7,7 -0,9 -7,7 -0,5
9 – Veículos e motos, partes e peças -13,6 -2,7
10- Material de Construção -2,0 -0,1

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
Nota: A composição da taxa mensal corresponde à participação dos resultados setoriais na formação da taxa global.

Vendas recuam em 11 das 27 Unidades da Federação

No Comércio varejista, na passagem de janeiro para fevereiro de 2017, na série com ajuste sazonal, as vendas recuaram em 11 das 27 Unidades da Federação, com as maiores variações negativas observadas em Mato Grosso (-4,7%); Rio Grande do Sul (-4,4%) e Goiás (-4,2%).

Na comparação de fevereiro de 2017 com igual mês do ano anterior (série sem ajuste), no volume de vendas, 21 das 27 Unidades da Federação apresentaram resultado negativo, com destaque para Goiás (-15,0%), Tocantins (-14,9%) e Pará, com -14,0% (Gráfico 6). Por outro lado, Mato Grosso do Sul (19,1%) e Santa Catarina (10,6%) registraram avanços no volume de vendas. Quanto à participação na composição da taxa negativa do varejo, destacaram-se, pela ordem: São Paulo (-3,0%) e Rio de Janeiro (-6,6%).

No comércio varejista ampliado, 20 estados apresentaram variações negativas no volume de vendas, na comparação de fevereiro de 2017 com o mesmo período do ano anterior, sendo as maiores quedas registradas em Rondônia (-18,8%), Pará (-13,0%), Piauí (-12,7%) e Tocantins (-11,9%). Quanto à participação na composição do resultado negativo do varejo ampliado, destacaram-se, pela ordem: São Paulo (-6,5%) e Rio de Janeiro (-1,2%).

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