Setor Externo – Fonte BCB
I – Balanço de pagamentos – Junho de 2017
No mês, as transações correntes apresentaram superavit de US$ 1,3 bilhão, igualmente determinado por saldo comercial de US$ 6,9 bilhões, recorde para meses de junho. As transações correntes registraram deficit de US$ 14,3 bilhões, equivalente a 0,76% do PIB, nos doze meses encerrados em junho. Na conta financeira, os ingressos líquidos de investimentos diretos no país somaram US$ 4,0 bilhões no mês, acumulando US$ 80,6 bilhões nos últimos doze meses, ou 4,25% do PIB.
A conta de serviços registrou deficit de US$ 3,2 bilhões em junho, recuo de 11,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. As despesas líquidas com viagens internacionais totalizaram US$ 1,1 bilhão, aumento de 16,9% comparadas àquelas registradas em junho de 2016, resultado de elevação de 10,1% nos gastos em viagens ao exterior, e redução de 6,2% nas receitas auferidas em viagens ao país. A conta de aluguel de equipamentos apresentou deficit de US$ 1,7 bilhão em junho, diminuição de 6,5% comparativamente ao mesmo mês do ano anterior.
As despesas líquidas de renda primária alcançaram US$ 2,6 bilhões no mês, recuo de 7,7% com relação a junho de 2016. As despesas líquidas com juros alcançaram US$ 1,4 bilhão, 4,9% abaixo do ocorrido no mesmo mês do ano anterior. As remessas líquidas de lucros e dividendos totalizaram US$ 1,2 bilhão no mês, redução de 12,0% quando comparadas às observadas em junho de 2016.
No mês, a conta de renda secundária registrou ingressos líquidos de US$ 206,0 milhões, 12,2% inferior ao observado em junho do ano passado. As receitas brutas em transferências pessoais totalizaram US$ 202,0 milhões, relativamente estável na comparação com junho de 2016.
Os fluxos líquidos de investimentos diretos no exterior atingiram US$ 97,0 milhões no mês, e US$ 938,0 milhões no período de janeiro a junho, ante US$ 6,4 bilhões ocorridos no primeiro semestre de 2016. Os investimentos diretos no país totalizaram ingressos líquidos de US$ 4,0 bilhões no mês (ingressos de US$ 3,1 bilhões em participação no capital e de US$ 928,0 milhões em operações intercompanhia), e US$3 6,3 bilhões no primeiro semestre de 2017, 7,2% acima do mesmo intervalo de 2016.
Os passivos de investimento em carteira registraram saídas líquidas de US$ 3,3 bilhões no mês. As saídas líquidas em títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico e em títulos negociados no mercado externo somaram US$ 1,8 bilhões e US$ 608,0 milhões, respectivamente. As saídas líquidas de investimentos em ações e fundos de investimento atingiram US$ 882,0 milhões.
Os passivos de outros investimentos totalizaram amortizações líquidas de US$ 970,0 milhões em junho, incluindo ingresso líquido de US$ 1,5 bilhão em créditos comerciais e adiantamentos, e saídas líquidas de US$ 2,3 bilhões em empréstimos.
II – Reservas internacionais
As reservas internacionais no conceito liquidez totalizaram US$ 378,4 bilhões em junho de 2017, aumento de US$ 683,0 milhões em relação ao mês anterior. O estoque de linhas com recompra se manteve estável em US$ 1,2 bilhão, se comparado à posição de maio de 2017. Contribuíram para a elevação do estoque as receitas de remuneração das reservas, US$ 315,0 milhões e as variações por paridades, US$ 1,2 bilhão. A variação por preços reduziu o estoque de reservas em US$ 998,0 milhões. No conceito caixa, o estoque de reservas atingiu US$ 377,2 bilhões em junho, aumento de US$ 683,0 milhões em relação ao mês anterior.
III – Dívida externa
A posição da dívida externa bruta, inclusive operações intercompanhia e títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico e detidos por não residentes estimada para junho de 2017 totalizou US$ 666,9 bilhões, redução de US$ 6,9 bilhões em relação ao montante apurado em março de 2017. A dívida externa estimada de longo prazo atingiu US$ 259,6 bilhões, redução de US$ 2,1 bilhões, enquanto o endividamento de curto prazo somou US$ 47,7 bilhões, redução de US$ 4,8 bilhões no mesmo período.
Dentre os determinantes da variação ocorrida da dívida externa de longo prazo para o período analisado, destacam-se os desembolsos de títulos do setor financeiro em US$ 1,4 bilhão e as amortizações dos empréstimos de outros setores em US$ 2,9 bilhões e dos títulos do governo em US$ 452,0 milhões. De maneira complementar houve um aumento provocado pela variação cambial de longo prazo em US$ 378,0 milhões e redução nos preços dos títulos de dívida do governo geral em US$580 milhões. Com relação ao curto prazo destacam-se as amortizações de empréstimos do setor financeiro em US$ 3,8 bilhões e de outros setores em US$ 991,0 milhões.
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