Brasil será emergente com maior dívida em 2019
Segundo projeção do FMI, dívida bruta do país chegará a 91,1% do PIB em dois anos
11/10/2017 10:30 / atualizado 11/10/2017 11:22
Sede do FMI em Washignton – © Yuri Gripas / Reuters / © Yuri Gripas / Reuters
WASHINGTON – A situação fiscal brasileira deve demorar para conseguir bons resultados e, assim, a dívida bruta do país passará a ser a maior entre 40 nações emergentes em 2019, segundo informou na manhã desta quarta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI). De acordo com as projeções apresentadas no relatório “Monitor Fiscal”, a dívida bruta do país passará de 78,3% do PIB em 2016 para 96,9% do PIB em 2022.
Em 2016, a dívida bruta do país era a quinta maior entre as nações emergentes, atrás de Egito, Ucrânia, Croácia e Sri Lanka. Já em 2017 o país deve pular para o posto de terceiro mais endividado do grupo, atrás de Egito e Ucrânia, superando os ucranianos em 2018 e tomando a dianteira dos egípcios em 2019. Neste ano, a dívida bruta estimada pelo FMI para o Brasil será de 91,1%. A média das nações emergentes neste ano estará em 51,7% e, entre os países latino-americanos, na média, a dívida bruta estará em 64,3%.
Vitor Gaspar, diretor do departamento de Assuntos Fiscais do FMI, afirmou que o Brasil precisa aproveitar o momento de recuperação depois de uma “longa e profunda” recessão para arrumar suas contas, citando a reforma da previdência como um “elemento crucial”:
— Agora é a hora de colocar as finanças no caminho sustentável — afirmou.
O Fundo estima que, mesmo com a aprovação da PEC do Teto dos Gastos no fim de 2016, as despesas do governo tendem a cair lentamente, do pico de 39,3% do PIB do ano passado para 36,8% do PIB em 2022. Assim, o superávit primário só voltará em 2021, segundo estimativas do FMI, quando o déficit primário esperado de 2,5% do PIB deste ano vire um superávit de 0,2% do PIB em 2021, chegando a 0,8% do PIB em 2022.
Ricardo Bergamini
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