Brasil: o país que era para ser, mas nunca foi. Ou: Keynes estaria orgulhoso.

Como chegamos aqui? Essa é uma pergunta que muitos brasileiros devem estar fazendo a si mesmos. Como aquele país que acabara de adotar o real, assim livrando-se de décadas de inflação estratosférica, encontra-se agora com uma recessão de 4% no PIB e inflação crescente? Juntam-se a isso os sucessivos rebaixamentos de nossa nota por agências internacionais de mensuração de risco.

Diriam muitos que a razão desta crise foi o câmbio valorizado, a doença holandesa e até mesmo a imaginária crise internacional. No entanto, para desespero de incontáveis keynesianos e desenvolvimentistas da Unicamp (tal qual Bresser Pereira e Guido Mantega), todas estas hipóteses estão erradas. O Brasil é um exemplo do estrago que o Estado pode causar à economia.

Apesar de o governo Lula ter praticado políticas econômicas relativamente civilizadas, com uma equipe econômica ortodoxa; veio a crise de 2008, e como não poderia ser diferente, a resposta a esta veio com as clássicas medidas anticíclicas, sendo uma delas a expansão do crédito pelos bancos estatais (fazendo com que a maior parte do crédito no Brasil passasse a vir do setor público). É importante lembrar que este crédito foi concedido a juros subsidiados, sendo muito inferior à taxa referencial de juros (SELIC). Surgia então a famigerada Nova Matriz Econômica. Além disso, o direcionamento destes empréstimos é político, não seguindo necessariamente a lógica de mercado. (Leandro Roque, 2014).

Esta política de subsídios se manteve como modus operandi do governo desde então, isso fez com que a eficiência da SELIC para controle da inflação (por meio do seu aumento) diminuísse muito, dado que os empréstimos subsidiados não eram afetados pelos aumentos. Este crédito extra expandiu a quantidade de dinheiro na economia, causando inflação atual.

Isso nos leva ao instrumento principal para análise das causas da atual recessão brasileira, a Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos (TACE). Esta teoria foi desenvolvida principalmente por Ludwig von Mises Friedrich August von Hayek, buscando explicar as causas dos períodos de grande expansão econômica (boom) e seus subsequentes momentos de depressão e recessão. Este processo é causado por uma manipulação na taxa de juros pelo Banco Central e subsequente expansão do crédito, isso faz com que a estrutura produtiva da economia seja afetada, causando um descompasso intertemporal entre poupança e investimento. Isso causa um aumento nos investimentos e, consequentemente, no endividamento dos agentes da economia, com maus investimentos.
No curto prazo, os efeitos da expansão creditícia sempre são benéficos. No caso brasileiro culminando num crescimento do PIB de 7,5% em 2010. Já no longo prazo; algo frequentemente desprezado por keynesianos e desenvolvimentistas, dado que “no longo prazo estaremos todos mortos” – Keynes; as consequências destas políticas se apresentam. Podemos vê-las claramente hoje: desemprego, endividamento, inflação, desconfiança e recessão. Todos estes fatores já eram previstos pela TACE com a aplicação destas políticas expansionistas.

E agora? Como resolver esta crise? Como sair da recessão após o governo ter obliterado todos os fundamentos da economia? Bem, a verdade é que não precisamos olhar muito longe. A nova Argentina de Maurício Macri anda a passos largos para o livre mercado, fazendo cair por terra anos de kirchnerismo. Sim, a Argentina (quem diria!).

Enumerando mais especificamente alguns fatores essenciais para sairmos da crise:

1) Diminuição brutal ou isenção das tarifas de importação.

2) Privatização de todas as empresas pertencentes ao Estado. Principalmente bancos.

3) Extinção de cargos comissionados não essenciais. (tal qual Macri fez na Argentina)

4) Término da política de expansão monetária.

5) Ajuste REAL na política fiscal do Estado, com cortes de facto no orçamento.

6) Diminuição e/ou simplificação dos tributos em todos os níveis, considerando-se a extinção de alguns.

7) Desmantelamento do esquema comunopetista, com a cassação do registo do PT por este ser sujeito a uma organização estrangeira (Foro de São Paulo). – Olavo de Carvalho

8) Convocação de novas eleições. Sem a utilização das urnas eletrônicas da Smartmatic.

Quanto ao aspecto específico do campo das ideias, faz-se necessária uma trégua entre conservadores, liberais e libertários; ao invés do constante confronto autodestrutivo.

Em poucas palavras, o Brasil precisa de laissez-faire, ou livre mercado. Precisamos de um estado mínimo, por mais que esta perspectiva demore para se concretizar, é necessário dar os primeiros passos nessa direção.

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