Política Monetária e Operações de Crédito do SFN – Base: Abril de 2017

Prezados Senhores

Não existe um único centavo de crédito direcionado no Brasil isento de comissão (propina). Com a palavra os beneficiários direcionados dos R$ 1.546,0 bilhões concedidos até abril de 2017, de forma legal. A JBS pegou apenas R$ 8,0 bilhões. Fico no aguardo do resto. Haja cinismo e hipocrisia!

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 3.072,0 bilhões em abril de 2017.

A carteira com recursos livres totalizou R$ 1.526,0 bilhões com custo médio de 49,1% ao ano.

Nas operações com recursos direcionados, o saldo alcançou R$ 1.546,0 bilhões com custo médio 9,9% ao ano.

– O mestre Roberto Campos nos ensina ser uma aberração econômica manter juros subsidiado dos bancos oficiais (Caixa, BNDES, BB) destinados aos amigos e aliados do governante de plantão, ou via propina, cujos juros foram em abril de 2017, em média, 9,9% ao ano. Enquanto aos empresários, não amigos ou aliados do governante de plantão, ou sem propina, custaram em média 49,1% ao ano, ou seja: 395,95% maior.

– Outra abordagem do mestre é a perversão institucional do open Market que passou a financiar deficit de governo, gerando um ralo incontrolável que em abril de 2017 era de R$ 1.625,9 bilhões (25,69% do PIB). Vejam que essa orgia saiu de 17,86% do PIB em 2010 para 25,69% do PIB em abril de 2017. Crescimento real em relação ao PIB de 43,84%. Uma imoralidade sem precedentes. Nesse campo chegamos ao nível atual de ter como projeto de governo geração de déficit fiscal. Inimaginável.

Para que as pessoas entendam a excrescência, imaginem uma empresa privada projetar um déficit em seu fluxo de caixa: iria à falência. No Brasil o governo projeta, e ainda é homenageado e aclamado como sendo o máximo, e que em breve, num passo de mágica, levará o Brasil ao paraíso. E muitos acreditam.

Política Monetária e Operações de Crédito do SFN – Fonte BCB
 
Base: Abril de 2017

I – Operações de crédito do sistema financeiro
 
O saldo das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 3.072,0 bilhões em abril, após reduções de 0,2% no mês e 2,2% em doze meses (ante variações respectivas de +0,2% e -2,6% em março). As operações com pessoas físicas cresceram 0,1% no mês, alcançando R$ 1.577,0 bilhões, enquanto a carteira de pessoas jurídicas decresceu 0,5%, para R$ 1.495,0 bilhões. A relação crédito/PIB declinou 0,2 p.p., situando-se em 48,4%, ante 51,8% em abril de 2016.

O crédito com recursos livres somou R$ 1.526,0 bilhões (-0,6% no mês e -3,2% em doze meses). A carteira de pessoas físicas decresceu 0,4% no mês, para R$806,0 bilhões, sobressaindo a redução em cartão à vista. Nas contratações com as empresas, o saldo alcançou R$719,0 bilhões (-0,8%), destacando-se o declínio em capital de giro.

O crédito direcionado totalizou R$ 1.546,0 bilhões (+0,2% no mês e -1,1% em doze meses). Nas operações com pessoas físicas, saldo de R$ 771,0 bilhões (+0,6% no mês), os financiamentos rurais e imobiliários prosseguiram em expansão. No segmento corporativo, o saldo apresentou redução de 0,3% no mês, para R$ 775,0 bilhões, destacando-se liquidações dos financiamentos para investimentos com recursos do BNDES.

Entre os setores de atividade econômica, as retrações mais significativas ocorreram na indústria de transformação (-1,1%, saldo de R$393 bilhões) e no comércio (-1,1%, saldo de R$ 257,0 bilhões). Na distribuição regional do crédito, consideradas as operações acima de R$ 1,0 mil, destacaram-se as reduções no Sudeste (-0,6%, R$ 1.622,0 bilhões) e no Nordeste (-0,4%, R$396,0 bilhões).

Taxas de juros e inadimplência

A taxa média de juros das operações de crédito do sistema financeiro, consideradas as contratações com recursos livres e direcionados, alcançou 30,2% a.a. em abril (-1,9 p.p. no mês e -2,4 p.p. em doze meses). Nas operações com recursos livres, a taxa caiu 3,4 p.p. no mês, para 49,1% a.a., enquanto nas contratações com recursos direcionados, o indicador situou-se em 9,9% a.a., após redução de 0,6 p.p. no mês.

O custo médio situou-se em 38,7% a.a. nas operações com pessoas físicas (-2,7 p.p. no mês e -3,1 p.p. em doze meses). No segmento livre, a taxa decresceu 4,6 p.p. no mês, para 68,1% a.a., destacando-se, principalmente, a redução de 135 p.p. na taxa de juros do cartão de crédito rotativo regular, que recuou de 431,1% para 296,1%. Outros recuos significativos ocorreram no cartão rotativo não regular (-4,6 p.p) e no crédito pessoal não consignado (-6 p.p.). Nas contratações de crédito direcionado, a taxa recuou 0,6 p.p., para 9,0% a.a., destacando-se o declínio de 0,8 p.p. em financiamentos imobiliários.

Na carteira das empresas, a taxa média atingiu 19,2% a.a. (-0,8 p.p. no mês e -2,8 p.p. em doze meses). No crédito livre, a taxa alcançou 26,3% a.a. (-1,2 p.p. no mês). No crédito direcionado, a taxa situou-se em 11% a.a. (-0,7 p.p.), com diminuição de 0,8 p.p. nos financiamentos para investimentos com recursos do BNDES.

O spread médio das contratações com recursos livres e direcionados alcançou 22,3 p.p. (-1,5 p.p. no mês e -0,2 p.p. em doze meses), sendo 39,1 p.p. no crédito livre (-3,2 p.p. no mês) e 4,2 p.p. no direcionado (-0,1 p.p.). O indicador caiu 2,3 p.p. no segmento de pessoas físicas, para 30,9 p.p., e 0,5 p.p. nas operações com empresas, atingindo o nível de 11,2 p.p.

A taxa de inadimplência, correspondente à participação dos saldos com atrasos superiores a noventa dias, permaneceu em 3,9%, estável no mês e com elevação de 0,3 p.p. em doze meses. No crédito às famílias, o indicador manteve-se em 4% e recuou 0,3 p.p. em doze meses, enquanto, na carteira das empresas, cresceu 0,1 p.p. no mês, para 3,8% (+0,7 p.p. em doze meses). No segmento livre, o nível de atrasos não se alterou no mês (5,7%), enquanto no segmento direcionado, aumentou 0,2 p.p., para 2,2%.

II – Evolução dos agregados monetários

A média dos saldos diários da base monetária totalizou R$ 248,7 bilhões em abril, elevando-se 0,3% no mês e 4,8% em doze meses. A variação mensal refletiu o acréscimo de 0,8% no saldo do papel-moeda emitido e a redução de 3,1% nas reservas bancárias.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, sobressaíram os impactos expansionistas das operações com títulos públicos federais (R$13,4 bilhões) e das operações do setor externo (R$ 13,3 bilhões). Em contrapartida, as operações do Tesouro Nacional implicaram contração de R$ 8,8 bilhões.

O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) somou R$ 314,5 bilhões em abril, com crescimento de 1,1% no mês (+3,6% em doze meses), correspondente aos aumentos de 1,6% nos depósitos à vista e de 0,6% no papel-moeda em poder do público.

O saldo dos meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao total do M1 mais depósitos de poupança e títulos privados emitidos por instituições financeiras, alcançou R$ 2,3 trilhões (+0,6% no mês). Esse resultado refletiu os acréscimos de 0,7% nos títulos privados, que alcançaram R$ 1,4 trilhão, e de 0,3% nos depósitos de poupança, cujo saldo atingiu R$ 665,2 bilhões. No mês, ocorreram captações líquidas de R$ 23,9 bilhões nos depósitos a prazo e resgates líquidos de R$ 1,3 bilhão na poupança.

O saldo do conceito M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, diminuiu 0,1% no mês, totalizando R$ 5,4 trilhões, com decréscimo de 13,2% nas operações compromissadas, saldo de R$ 141,7 bilhões. As quotas de fundos de renda fixa mantiveram-se estáveis no mês, somando R$ 2,9 trilhões. O M4, conceito que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, aumentou 0,4% no mês e 9% em doze meses, alcançando R$ 6,3 trilhões.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

Ricardo Bergamini
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