Da “geração Cazuza” à “geração das ruas”

O que fazer quando um governo em pleno exercício sofre a maior manifestação da história de seu país, quiçá a maior da humanidade e simplesmente vira as costas para tudo o que foi conclamado e faz tudo o contrário? O que fazer quando um governante em sua campanha eleitoral prometia investigação plena a quem quer que fosse e quando assume pratica manobras políticas para driblar a própria justiça em prol de um mando de poder dentro de um jogo onde o que prevalece é a corrupção?

Na década de 80, próximo ao fim dos governos militares, jovens encantados com a utópica democracia cantavam sobre limpeza no congresso brasileiro, gritavam palavras de ordem contra a corrupção e aplaudiam discursos de quem prometia mais oportunidade às minorias, no entanto o que mais me assusta é que alguns desses milhares de jovens da década de 80 hoje defendem os ideais que outrora iam contra, cheguei a conversar com um desses jovens da “geração Cazuza” que me disse: “deixem o governo em paz, todos roubaram, agora é a vez deles”. Quanta mudança de pensamento, talvez o pai dele dizia a mesma coisa sobre os políticos da época e ele esbravejava indignado contra seu pai, agora faz o mesmo com seus filhos que vão as ruas lutar por um Brasil limpo.

A esquerda governista “perseguida” no passado hoje cerra os ouvidos ao clamor da população. Onde está a democracia se não dentro da boca de cada brasileiro que vai as ruas em todo o país gritar por justiça? Uns dizem que é perseguição partidária, se fosse realmente financiado por algum partido de oposição os líderes tucanistas não seriam enxotados das manifestações, na verdade somente um único político teve honra para subir em um caminhão de som e gritar contra isso tudo e o sob aplausos chutou o pixuleco.

Somos a nova geração que grita e clama como nossos pais fizeram, no entanto não queremos mais do mesmo, não queremos um novo autoritarismo com roupagem vermelha, queremos uma democracia vestida de verde e amarelo, queremos o homem livre e queremos políticos que nos representem de verdade. Chega de falácias, chega de o “pai dos pobres“ que rouba cruz e talheres de ouro. Merecemos bem mais que isso, não fomos as ruas atoa, merecemos um país com ordem e progresso.

Autor: Prof. Marcelo Gazzaneu

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