Fim dramático do segundo falso milagre brasileiro – 03

Prezados Senhores

No Brasil qualquer que seja o governante de plantão somente tem poder sobre 15,16% das despesas, por isso o fracasso constante nas suas previsões. Cabe lembrar que todas as reformas aprovadas ou em tramite no Congresso são para o futuro, com isso não vão alterar em nada o estoque de problemas existentes hoje no Brasil, que é assustador. Somente pessoas mal informadas ou pagas vendem ilusões para o Brasil nos próximos 10 anos. O segundo falso milagre brasileiro seguirá o mesmo caminho. Não existem milagres em economia.

Cabe lembrar que o primeiro falso milagre brasileiro começou a fazer água no final da década de 1970 e inicio de 1980 e somente em 1994, com o plano real, voltou aos trilhos.

Análise da baixa eficácia da lei que limita os gastos públicos, tendo servido apenas para concorrer ao “Oscar de Efeitos Especiais” do governo de plantão.

– Gastos com Pessoal (inclui RPPS) não obedece aos governantes de plantão, mas sim as cláusulas pétreas da Constituição com os seus ilimitados e intocáveis direitos adquiridos. Correspondeu a 14,31% das despesas em 2016.

– Juros e as demais Despesas de Capital não obedecem aos governantes de plantão, mas sim as leis do mercado financeiro. Correspondeu a 29,05% das despesas em 2016.

– Transferências para estados e municípios não obedecem aos governantes de plantão: as constitucionais obedecem aos percentuais estabelecidos na Constituição em função da receita da União, e as voluntárias dependem das catástrofes naturais (São Pedro). Correspondeu a 15,74% das despesas em 2016.

– Benefícios Previdenciários (RGPS), segundo o próprio governo, as previsões são catastróficas e dependendo de uma reforma, seja ela qual for essa reforma somente terá efeito prático de muito longo prazo. Correspondeu a 25,74% das despesas em 2016.

Em vista do acima exposto somente restará ao governo controlar as “outras despesas correntes”. Correspondeu a 15,16% das despesas em 2016.

Déficit fiscal é gerido a golpes de magia negra
Josias de Souza
07/04/2017 19:42

Alguns economistas chamam a economia de “ciência negra”. Eles talvez façam isso porque a única maneira de chamar a economia de ciência é aproximando-a da ideia de magia negra. O governo, você sabe, está quebrado. Previa-se que, em 2018, o Tesouro Nacional gastaria R$ 79 bilhões acima do que será arrecadado em impostos. Informa-se agora que o rombo será maior: R$ 129 bilhões. Por quê? Na expressão do ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, “são efeitos defasados” da crise econômica de 2015 e 2016. Ora, mas o governo dizia que esses efeitos da crise já estavam contabilizados. Ou seja: o que Meirelles está dizendo, com outras palavras, é que sua equipe não sabe fazer contas.

No ano passado, o governo foi muito criticado porque concedeu reajustes salariais a servidores públicos que tiveram impacto bilionário sobre o Orçamento. E todas as autoridades, incluindo Michel Temer e Henrique Meirelles, diziam que não havia problema porque esses reajustes, negociados ainda no governo Dilma, já estavam lançados nas projeções de déficit. Era magia negra. Os economistas do governo atravessaram agulhas nos bonecos de 2016 e os efeitos estão sendo sentidos agora, na pessoa errada: você.

Na semana passada, o governo já tinha informado que, para manter o buraco deste ano de 2017 em R$ 139 bilhões, como havia prometido, terá de arranjar R$ 58 bilhões com cortes de despesas ou algum aumento de receita. Mas fique tranquilo, o governo jura que o equilíbrio fiscal será alcançado em 2020, quando teremos um superávit nas contas públicas de R$ 10 bilhões. Esse número provavelmente está errado. Mas até 2020 Henrique Meirelles estará fora do governo. E uma das mágicas da economia é que os economistas sempre encontram soluções para os problemas do país quando saem do governo e se transformam em consultores e articulistas de jornal. Quer dizer: quando Henrique Meirelles deixar o governo saberemos o que fazer.

Ricardo Bergamini
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Membro do Grupo Pensar+ www.pontocritico.com
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